Raça
Luiz ayrãoSe o caso é de samba
Se a roda é de bamba
Eu não sei me conter
Me embolo no dengo dos balangandãs
Na moça que ginga ao som dos tantãs
Só volto pra casa quando amanhecer
Venho das noites de festas
Do som da curimba lá no terreirão
Sou herdeiro direto da linha de umbanda
Sou bamba e senhor no quilombo geral
Aprendi na senzala a tristeza da rima
Do chicote que estala e reduz a ruína
De incluir a maldade no peso da argola
Chorei a liberdade que estava em Angola
É por isso que o samba me bole no peito
É por isso que a noite me faz tão feliz
É a força que vem da raiz
Sim, sou franco em dizer
Se o caso é de samba
Se a roda é de bamba
Eu não sei me conter
Me embolo no dengo dos balangandãs
Na moça que ginga ao som dos tantãs
Só volto pra casa quando amanhecer
Hoje o que me predomina
A beleza da raça abrindo o caminho
Espalhando o seu canto de libertação
A magia do samba e bem da proteção
Uma luz que alumia meu camutuê
Que afasta o batuque no mal do canjerê
No meu coração que eu sinto o clamor
A cruel cicatriz da tristeza na dor
É por isso que o samba me bole no peito
É por isso que a noite me faz tão feliz
É a força que vem da raiz
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