Sem palavras
Luiz tatit
Sumiê de fios, de folhas
Sem tinta e sem pincel
Onde o espaço faz papel de papel
O fio faz o efeito da escrita
Os livros, fios em branco
São lidos pelo avesso,
De lado, de vulto, de soslaio
Os fios das folhas em ritmo
Ora gráfico, ora elétrico,
Escrevem rimas ricas,
Linhas em todas as direções devolvem,
Resolvem nosso emaranhado
Enquanto flutua a dura madeira,
Nua carne, árvore madura suspensa,
Susto que pensa, pressente,
Arrepio de pêlos que nascem, atravessam,
Passam, morrem no pálido da pele
Onde ainda persiste um nada que se move
Na força dos fios e revela sua leveza
E eleva o peso do espaço
Com todas as palavras não ditas
Sem tinta e sem pincel
Onde o espaço faz papel de papel
O fio faz o efeito da escrita
Os livros, fios em branco
São lidos pelo avesso,
De lado, de vulto, de soslaio
Os fios das folhas em ritmo
Ora gráfico, ora elétrico,
Escrevem rimas ricas,
Linhas em todas as direções devolvem,
Resolvem nosso emaranhado
Enquanto flutua a dura madeira,
Nua carne, árvore madura suspensa,
Susto que pensa, pressente,
Arrepio de pêlos que nascem, atravessam,
Passam, morrem no pálido da pele
Onde ainda persiste um nada que se move
Na força dos fios e revela sua leveza
E eleva o peso do espaço
Com todas as palavras não ditas
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