Mão morta

Irmão da solidão

Mão morta
Eu sou o irmão
Irmão da solidão

Passou o tempo da guerra
O tempo da afirmação
Agora que importa
Se os outros vivem felizes
Ou se desesperam?

Eu sou o irmão
Irmão da solidão
E como ela mantenho
Incestuosa relação

Amo toda a gente
Eternamente
Pelo menos neste momento
Mas mesmo que me atire o sabor
Mesmo que eu fale, e beije
E te deseje

Sinto-me irmão
Irmão da solidão

Deixo-me vaguear
Lentamente

A mente que se perca
Nos labirintos do pensamento e da razão

O corpo apenas pede divertimento sensorial
(E esse posso disfarçá-lo
Na aurora boreal
Contida num qualquer copo de cerveja)

Eu sou o irmão
Irmão da solidão

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