De volta pro interior

Essa noite um sonho me levou
De volta pro interior
Prum cantinho lá do sertão
Onde deixei o meu coração
Na chegada a velha porteira
Nossa casa com tantas goteiras
A mamãe preparando o café
O Sol nem nasceu e ela já tá de pé

Nada se compara com o meu sertão
A chuva fazendo carícias no chão
A seriema pelo pasto afora
Cantando junto a minha viola

Um riachinho que corre sereno
Ali me banhava quando era pequeno
Um terreiro cheio de poeira
Onde entoavam nossas brincadeiras
A tarde papai da lida chegava
Tirava as botinas, por ali descansava
Enquanto a janta ainda não saía
Com suas histórias ele nos divertia

Nada se compara com o meu sertão
A chuva fazendo carícias no chão
A seriema pelo pasto afora
Cantando junto a minha viola

O Sol ia embora e a Lua surgia
As estrelas no céu, quanta magia
No fogão a lenha a gente proseava
No rádio a canção que a gente tanto gostava
Papai ordenou hora de descansar
Em minha cama macia logo fui me deitar
Dormi no sertão e acordei na cidade
O sonho foi lindo e aumentou a saudade

Nada se compara com o meu sertão
A chuva fazendo carícias no chão
A seriema pelo pasto afora
Cantando junto a minha viola