Janela das viagens
Margareth menezes
Eu não sou triste, alegria
Não sou alegre, tristeza
Não sou belo, feiura
Não sou feio, beleza
Não sou alegre, tristeza
Não sou belo, feiura
Não sou feio, beleza
Sou como o espelho das águas,
Que toda imagem do mundo
Vai refletir na paisagem
Desfazer na correnteza
Eu não sou macho, maria
Não sou fêmea, joão
Não sou bom, delicadeza
Não sou mal, meu coração
Sou como o espelho por dentro
A janela das viagens
Não sou começo, nem fim
Não sou olho, nem paisagem
Desafinando o que é sim
Confirmando o que é não
Quem me dera, amor, assim
Ora dor, ora paixão
Passageiro como eu
Não deixa nada nas margens
O que passa passa em mim
O que fica é só viagem
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