Martinho da vila

Minha missão / o poder da criação

Martinho da vila
Quanto eu canto é para aliviar meu pranto
E o pranto de quem já tanto sofreu
Quando eu canto, estou sentindo a luz de um santo
Estou ajoelhando aos pés de Deus
Canto para anunciar o dia
Canto para amenizar a noite
Canto pra denunciar o acoite
Canto também contra a tirania
Canto porque numa melodia
Acendo no coração do povo
A esperança de um mundo novo
E a luta pra se viver em paz

Do poder da criação sou continuação
E quero agradecer
Foi ouvida a minha súplica
Mensageiro sou da música
O meu canto é uma missão
Tem força de oração
E eu cumpro o meu dever

Há os que vivem a chorar
Eu vivo pra cantar
E canto pra viver

Não…
Ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não…
Não precisa estar nem feliz, nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração
Não…
Ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o coração
É, faz pensar
Que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Bem no meio da noite
Ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E um verso vem vindo
E vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar
La, laiá, la, laiá,
La, laiá, la, laiá

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