Minha viola
Martinho da vilaTá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu não respeito cantador que é respeitado
Que no samba improvisado me quiser desafiar
Inda outro dia fui cantar no galinheiro
E o galo a noite inteira sem vontade de cantar
Nesta cidade todo mundo se acautela
Contra a tal febre amarela que não para de matar
E a dona Chica que anda atrás de mal conselho
Pinta o corpo de vermelho, pra amarela não pegar
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu já jurei de não jogar com seu Saldanha
Que diz sempre que me ganha no tal jogo de bilhar
Sapeca o taco nas bolas de tal maneira
Que eu espero a noite inteira pras bola carambolar
Conheço um velho que tem a grande mania
De fazer economia pra modelo dos seus fio
Não usa prato, nem moringa, nem caneca
E quando senta é de cueca pra não gastar os fundio
Minha viola
Tá chorando com razão
Com saudade da marvada
Que roubou meu coração
Eu tive um sogro cansado dos regabofe
Que procurou Voronoff, dotô muito creditado
E andam dizendo que o enxerto foi de gato
Pois ele pula de fato miando pelos teaidos
Aonde eu moro tem um bloco dos Filantes
Que quase que a todo instante, um cigarro vem filar
E os danados vem bancando o inteligente
Diz que tão com dor de dente, que o cigarro faz passar
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