Soneto109 - antero de quental (espírito)
Maurício gringo
Quisera crer, na Terra, que existisse
Esta vida que agora estou vivendo
E nunca encontraria abismo horrendo
De amargoso penar que se me abrisse
Esta vida que agora estou vivendo
E nunca encontraria abismo horrendo
De amargoso penar que se me abrisse
Andei cego, porém, e sem que visse
Meu próprio bem na dor que ia sofrendo
Desvairado, ao sepulcro fui descendo
Sem que a Paz almejada conseguisse
Da morte a Paz busquei, como se fora
Apossar-me do eterno esquecimento
Ao viver da minhalma sofredora
E em vez de imperturbáveis quietitudes
Encontrei os Remorsos e o Tormento
Recrudescendo as minhas dores rudes
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