Nossa luta

Pow pow, tiroteio macaco no seu galho, era pivete escutei na rádio
Tirei mó sarro, pesado, idéia de mil grau, rap da crueldade era do mal
Cantava na escola e tal
Hardcore e punk no volkana, duelo, vodka, cana
Escuto o sabotage o rap toma conta
O nego drama desceu pelo meu rádio
O poster do 2pac tá colado, fumaça pro alto
Mas quando eu precisei comprar, realidade triste de enxergar

O mágico de oz fez dos meus olhos, meus ouvidos
Holocausto, genocídio, pivetada semi-nua sem destino
No movimento, sim, eu colei, mas tive medo
Por opção eu hoje corro solto pelos beco
Graças a Deus, meus dialeto, as minhas gírias
Orgulhos meus, minha fé, minha família

O rap tá no sangue, bang bang
Pulando de cabeça sem corda do bungee-jump
Da rua pra rua, ministério da revolução
Se liga drão, se o rap é um canhão nóis puxa o cão
Rap tá no sangue, bang bang
Pulando de cabeça sem corda do bungee-jump
E nem eike batista vai comprar a nossa luta
E mais nenhum filha da puta!

Abaixa o pop music dotô
E dobra a camisola de gola que a moda te condecorou
O rap não é pop como o papa, estrala como um tapa
Receba então se a carapuça encaixa!
Invade o falante e as antenas pro comandante
Hamilton dar imagens pro datena
Alguém discou 190, tá suave
Moiô, cancela a porra da fumaça do conclave
Sabotage me atingiu como um míssil, acordei pro compromisso
Mantendo o cerebelo bem ativo, nocivo, periculosamente envolvido
E o perigo é quando o rap dominar os ouvidos
Matéria diferente que não deu pra ter na escola
Rima com poesia e uma idéia cabulosa

Rap é informação por isso eu sigo forte o traço
Pra mostrar que não tem lei pra boy que arranca braço
No jornal a culpada foi a dose de pinga
Mas não teve a notícia da mãe que perdeu os filho pros toca-ninja, não
Não mostrou por trás dos bastidores
Por isso que em cada track eu denuncio o show de horrores
Das ruas de terra saí carregando o legado
Ferir o sistema que estrala o chicote nas costas do mais fraco
D.m.n., d.r.r., fumaça pro ar
"Um rolê pela quebrada pra clarear"

Cultura me mostrou talento que eu não menosprezo
Pois beethoven era surdo, steve wonder é cego, não nego
Aos 12 era vinil do facção
E hoje invés de um fuzil eu tenho um mic na minha mão
Audição, visão, paladar, olfato e tato, rap é o sexto sentido
Que em mim foi despertado
Cansei os pés atravessando-me à campom
Nos rolê da madrugada, vinho, bamba, pixação
Qual o tamanho do seu sonho, até onde vai a sua fé
A vida derruba jow...mas aprende a ficar de pé!

Caindo e levantando, assim que é
O mr-13 se firmou, está de pé
E assim será, sem marcar toca em cima do muro
Escolhemos nosso lado, hip-hop é nosso escudo
Se a ferida tá exposta é pra ela ser tocada
Partindo pro ataque com rajada de palavra