Nalva aguiar

Caldeirão velho

Nalva aguiar
Eu sou brotinho, moça de pouca idade
Meu sangue corre as veias como louco
Eu namorava dia e noite a gurizada
Mais para mim aquilo ainda era pouco

E foi aí que encontrei meu coroão
De bolso cheio de dinheiro que colosso
O gente fina me mostrou com paciência
Que angú se come, mas se come
Sem caroço

É isso ai seu moço
Caldeirão velho
É que dá o caldo grosso

Fui à cidade fazer compras da semana
Minha comprinha encheu um caminhão toco
O crediário me pedindo garantias
Tanta exigência, ai meu Deus, que alvoroço

Cheque visado, CPF e identidade
E ficha limpa como a água de um poço
Mais eu não tendo nada disso pra mostrar
Quem me salvou foi o coroa e seu endosso

É isso aí, seu moço
Caldeirão velho
É que dá o caldo grosso

Saí com um cara cheirando meia idade
Por causa dele quase fui pro calabouço
O penuginha era duro e fala fina
Calça apertada, rosa choque sem o bolso

Na chopperia roncava ter muita grana
Mas pra pagar meteu o pé pelo pescoço
Mas meu herói chegou ali e me mostrou
Que homem coroa não é metade nem esboço

É isso ai seu moço
Caldeirão velho
É que dá o caldo grosso

É isso ai seu moço
Caldeirão velho
É que dá o caldo grosso

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