Bem na moral (part. oga mendonça, thiago red e max b.o.)
OgiVem a energia mágica, coloco a ideia em prática
E, com a esferográfica, caneto
Vários combos vêm ao meu bloco de notas
Pois eu já tava uma cota quieto
Navegando, eu vou imagino, eu
Vou agir no que me acalmar
Sem morfina, sem gasolina
A brisa fina vai me levar
E a ventania no cabelo mata a minha inércia
Rasgo o céu da city cinza num tapete lá da Pérsia
E a arte atravessa, arte livre à beça
E a ideia nunca te engessa, e o poeta versa
Conectado com o samba de Cartola, cheguei
Chamei o mestre Adoniran para nos acompanhar
E com a vibe de A Tribe, De La Soul misturei
La, la-ia, la, la-la
[Oga Mendonça]
Viajo leve e solto, tipo o Padre do Balão
Me perco nessa imensidão que o jazz picotado traz
Amigo há mais de dez verão, seguindo a previsão
De um refrão escrito algum tempo atrás
A união que não tem fim, se o destino quis assim
A profecia da nanquim aqui se faz
Inspiração vem em mim, liberta o verso Saiyajin
E o bloqueio criativo se desfaz
A paz que vem com o vento
Aqui, encontra o seu assento
União de iluminados em um dia tão cinzento
Curto raros momentos de relaxamento
Em que o foco é só botar o flow no tempo
Pronto, já tá dentro
Missão completa, já alcançamos o teto da meta
Mic pra MC é igual endorfina pra atleta
Desculpa aí se a pergunta foi indiscreta
Mas fala aí: Essa não é sua track predileta?
[Ogi]
Essa eu fiz só pra ficar bem na moral
Após o vendaval, é que a bonança vem que vem
Essa eu fiz só pra ficar bem na moral
Tru, sonhando alto
Essa eu fiz só pra ficar bem na moral
Após o vendaval, é que a bonança vem que vem
Essa eu fiz só pra ficar bem na moral
Tru, num verso solto
[Tiago Red]
Eram mil léguas, sem tréguas
No mar de páginas em branco
E eu ali, na conspiração, com a inspiração
Vendo o mundo se acabar no barranco
Me dá um cigarro solto, deixa eu fumar
Mundão bem louco te impede de pensar
Eu captei a ideia, raptei uns compassos
Adaptei um tema, bem na moral
Como velho marujo, sujeito dito-cujo
Do problema não fujo, vou na moral
Espinafre pro Po-pipe
Manda pro pai, que fica no naipe
Esquece o mal e a fáia
Evita os Malafaia
As malas e as tráia
Antes que a casa caia
Tipo isso, the house is down, é o fim
Le maison tombe, Motim
[Max B. O.]
E o verso conduz o poeta com maestria
Palavras soltas se prendem, se entendem com harmonia
Quando a minha caneta caneta e minha brisa afeta
A seta indica a fonte e o horizonte é a meta
Não sou de arrumar treta, nem tenho porte de atleta
Linguajar arquiteta e o divagar do poeta
É devagar em alto-mar, em linha reta
Alerta a mente, livremente, mente aberta
Frase por frase, linha por linha, letra por letra
Dia após dia, folha após folha é muita treta
Sair da bolha, sacar a rolha e mandar de letra
Pôr na agulha, guardar os pulhas na gaveta
A bonança vem após o vendaval
A esperança é nóis: Eu, o mic e o vocal
Sem truque, igual o samba lá da Pedra do Sal
Sob o pôr do sol, cambiando o bem e o mal