Olivar barreto

Pacará

Olivar barreto
Vento, vento, vento, vento, vento, vento, vento siquê
Vento, vento, vento, vento, vento, vento, vento, sabá

Pacará, pacarazinho
Ferra o leme no tupé
No cambá da vela grande
Vai nos cachos da maré
Vê que o mar não tem cabelo
E o vento não tem mulhê

Maré cheia, ô maré cheia, ô maré cheia
Ô maré cheia, tão cheia de mar

Pacará, pacá, pacarazinho
Sou teu mestre-professô
Arrepara o beiço d'água
Que lá fora se formô
Toma tento no repique
Que o vento já repicô

Maré cheia, ô maré cheia, ô maré cheia
Ô maré cheia, tão cheia de mar

Olha a costa da vigia
Pixuna de maresia, ê vem
Olha lá no quebra-pote
O sulapo do bigode quela tem
Arrepara a bujarrona,
Camba a quilha de patrona, também
Forga o cabo da bandeira
No balanço, balancea, te tenteia
Bo bilim-belelém, belém, belém, belém, belém

Maré cheia, ô maré cheia, ô maré cheia
Ô maré cheia, tão cheia de mar

Vim (edyr proença / ruy barata)

Vim do cravo e vim da rosa
Vim do verso e vim da prosa
Vim da sombra e vim da cor
Vim de todas as cantigas
Vim de vinte mil feridas
Vinte e três de desamor

Vim, sem régua e sem compasso
Procurando o meu espaço
Espaço que não achei

E gritei no fim do dia
Um dia que não havia
Ai de mim, que muito amei

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