La bohéme
Orlando silvaMontmartre de outrora, das salinhas de frente, era bem diferente
Invadiam janelas, as flores singelas dos ramos da rua
Para mim que pintava, quando eu te pedia tu posavas nua
La Bohême, La bohême
Tempo a passar, tempo a correr
La Bohême, La bohême
Vida feliz, feliz viver
Sem dinheiro, sem nada, sonhávamos todos com dias de glória
Recordo o teu corpo que me fez um pintor, ciumento de amor
E é como se vejo nós dois a trocar pelo pão numa tela
No inverno sombrio, quê importava o frio se a vida era bela?
La Bohême, La bohême
É ramos loucos, jovens demais
La Bohême, La bohême
Tudo é saudade, nada mais
Quando o acaso me leva de volta a rever meu antigo endereço
As paredes e ruas da minha mocidade, eu não mais reconheço
Hoje nada mais resta: Nem flores nem festa da nossa alegria
E Montmartre parece, quando a noite desce, tão triste e vazia
La Bohême, La bohême
Pintando a vida, o amor chegou
La Bohême, La bohême
Vida boêmia que acabou