A sereia
Os levitasA maldade que estava no ar impera nas ruas com muita frieza
Sobre o pacto de extermínio de uma guerra fria
São essas as estatísticas da periferia
É só maldade, a treta e crueldade
A vida no gueto ta foda
Difícil de se viver, cotidiano violento
Asfalto sangrento, o crime toma conta
E terroriza com a favela
O delito é criminoso o arquivo é mafioso
O verbo é infernal, a sentença é criminal
Pois o vento que sopra trás com ele o odor da morte
A vida na favela é preciso contar com a sorte
Um passaporte, uma viajem no inferno
Passo a passo, parceiro eu vou que vou ai dizer tudo que sou
Um sentinela da favela que Jesus aqui deixou
Criador do mandamento, relógio quanto tempo
No alto da favela mais uma mãe que chora
Pela perda inesperada do seu filho que foi embora
Assassinado brutalmente pelo grupo de extermínio
A tático cinza invade a favela
Deus cria a rota mata, mas pro crime ela gela
Na calada da noite ninguém sabe, ninguém viu
Mas um assassinato no extremo-oeste do brasil
Senhor eu lhe peço, em minhas orações
Livre o gueto e todas as nações
O povo inteiro clama em uma só voz
Oh Deus nosso pai, por favor olhai por nos
Nos hospitais os leitos estão lotados
No IML corpos mutilados
Enfilerados no aguarde para que seja identificado
Para que no amanha não seja sepultado
Como se fosse um indigente qualquer
Detentos do rap é guiado pela fé
No abismo do tormento é empurrado pelo vento
Sem perca de ideia porque estou pronto pro arrebento
Porque real é o pesadelo que aqui estou vivendo
Na era dois mil, no puro veneno
De um terceiro milênio por aqui
Até agora nada mudou
Eu vejo a favela nos prantos na dor
Com a morte e a destruição
Aqui é só lagrima e sangue
Que escorre pelo chão, tensão
Eu luto a todo estante
Eu tenho que fica ligeiro com tudo ao meu redor
Pois o inimigo é astuto
E tenta me arrastar pras profundezas do inferno
Para que eu seja sentenciado
A bola da vez, no pacto trocado
Perdido na neblina, no uso da cocaína
Porque gueto, favela, morro, viela, rap em ascensão
O crime toma conta e destrói com a nação
O medo se faz presente no brilho do olhar
No gueto somente Deus que pode nos ajudar
Nos fazendo trilhar no caminho da verdade
No amor na lealdade, na pura simplicidade
O rap é a verdade, a voz da comunidade
Que expressa o dia-a-dia na periferia, treta, patifaria
Covardia da polícia
Todos somos alvos fáceis de uma guerra fria
A alta sociedade, sujo como mandrake
1, 2 Tic-tac, influenciando o crack
Se liga que a ideia é forte
Eu bato de frente com a morte
Mas sempre conto com Deus pra me abençoar
É senhor, eu lhe peço que tenha misericórdia
De todos aqueles que se encontram
Privados da sua liberdade
Que se encontra afastado do gueto
Dos seus entes queridos
Mas só o senhor pode iluminar nossos caminhos
Pois só tu é o Deus de todos os deuses!
Senhor eu lhe peço, em minhas orações
Livre o gueto e todas as nações
O povo inteiro clama em uma só voz
Oh Deus nosso pai, por favor olhai por nós
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