Os mirins

Amargurado

Os mirins
Milonga dos meus tormentos quando ao relento da noite
Sinto no peito os açoites das mágoas que me entristece
São dois amigos que vivem a sofrer na mesma hora
É um violão que chora e um coração que padece.

Cada ponteado recordo como uma voz que me fala
Aquelas noites de baile quando eu dançava com ela
E o ritmo da milonga console meu abandono
Nas noites que perco o sono relembrando a minha bela.

Quem não conhece o desprezo meu viver não imagina
Quando eu clamo minha sina muita gente diz que eu minto
Aquela que eu tanto adoro nos braços de outro se prende
E finja que não compreende as amarguras que eu sinto.

Me resta aguardar no peito amargas recordações
Este mundo de ilusões de tanta coisa é composto
Enquanto eu vivo sozinho padecendo amargamente
Outro vive tão contente a custa do meu desgosto.

Ela nos braços de outro leva a vida entre prazeres
Não lamenta os padeceres deste coração sozinho
As noites delas são doces, as minhas amargas e longas
Por isso canto milongas abraçado no meu pinho.

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