Cor das auroras
Os serranos
Ao romper da madrugada, encilho o pingo com jeito
Enquanto o galo abre o peito meu cusco perde o sossego
Risco a frente do galpão, retalhando com as choronas
E o orvalho se emociona e chora um pranto nos pelegos
Enquanto o galo abre o peito meu cusco perde o sossego
Risco a frente do galpão, retalhando com as choronas
E o orvalho se emociona e chora um pranto nos pelegos
(Rincão curtido no tempo, querência cor das auroras
Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas
Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas)
Estampa rude de taura, pilchado da bota ao pala
Que até o chinedo se cala, pra um olhar de reverência
Não há quem não note o pingo, que pisa macio no pasto
Ringindo o couro do basto no corredor da querência
O Recital da cordeona debaixo de um arvoredo
Confessa todo o segredo da inspiração do gaiteiro
Chinocas de olhar matrero parecem queimar a gente
Com miradas tão ardentes como o fogo de um braseiro
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