A poesia me leva
Pe. fábio de meloAcordes que acordam
Corda que dá tom ao sentimento
Ao sofrimento que virá, que virá
E que vira poema ao fim do dia
Sons que se transmudam em palavras
E que os poetas buscam
Busca que desata a melodia
Da poesia que virá, que virá
E que vira profecia ao fim do dia
Minas de palavras
Descanso a voz neste Horizonte
Que tão belo assim me cala
Calada voz por fim aguardo
Pelos ventos que me trazem
Areias brancas da cidade onde eu nasci
Vou seguindo a estrada
Tantos lugares, tantos portos
Mas um Porto é mais Alegre
Onde refaço a minha calma
Alma forte é Fortaleza
Recife é a terra onde Damas são felizes
Versos que se escondem nas calçadas
E que os calçados pisam
Frisa suas marcas na poeira
O andarilho que virá, que virá
E que vira poeta ao fim do dia
Roucas, poucas vozes não se cansam
Amansam tantos ódios
Pódios que são palcos que aguardam
A melodia que virá, que virá
E que vira profecia ao fim do dia
Vou singrando os rios
São de Janeiros, de São Paulo
Rio Largo, Rio Bonito
Lagoas doces de Alagoas
Cachoeira tão Paulista
Que faz jorrar canções tão novas ao meu país
Montes que são Claros
São Campos Raros, Goitacazes
Terra boa e seus mistérios
Campina Grande que me veste
Bem no norte da minh'alma
Eu tenho marcas de açaí, sou de Belém
A poesia me leva, me leva, me leva
Levará e sempre levará
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