Banco de olhos
Pedro bento e zé da estradaCabelos negros cor de carvão
Manoel morria de amores por ela
Que já tinha outro em seu coração.
O noivo de ana era um jovem rico
Manoel não passava de um simples pintor
Pois o destino provava mais tarde
Que o moço rico era um grande covarde
E não merecia seu grande amor.
O olhar tão lindo da moça bonita
Por mal incurável perdeu a luz
A negra sorte roubou-lhe a visão
Jogando em seu ombro uma pesada cruz.
Manoel pensou em saber da notícia
Embora sabendo que ela não lhe quis
Vou doar meus olhos com todo prazer
E tudo que tenho e posso fazer
Pra que ela ainda volte a ser feliz.
Depois de um ano de triste martírio
Da cruz pesada que ela carregou
Além da cegueira e espera terrível
Do noivo covarde que lhe abandonou.
Ana foi chamada ao banco de olhos
Alguém havia doado os seus
Ela imaginava naquele transplante
De ser alguém que me ame bastante
Pra dar um presente que ganhou de Deus.
Parentes e amigos rodeavam seu leito
Naquele momento da grande emoção
Estava ansiosa para ver o nome
De quem lhe devolvia de novo a visão.
Pensava que fosse talvez o seu noivo
E ao ler o nome manoel, o pintor
Seus pranto caíram, pois só lhe restava
Chorar com os olhos de quem lhe adorava
Daquele que sempre negou seu amor.
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