Pedro bento e zé da estrada

Sangue de pirangueiro

Pedro bento e zé da estrada
Levantei um dia cedo tomei meu café com broa
Peguei meu samburá, o meu remo e a canoa
O meu caniço de taboca e uma pinga da boa
Um palheiro pra espantar muriçoca que ferroa
E desci o rio abaixo me equilibrando na proa.

Me apoitei numa vazante já no vale do ribeira
Perto de um remanso fundo no costão lá da pedreira
Eu joguei o meu anzol com a isca verdadeira
Logo a linha zuniu, a fisgada foi certeira
Pra tirar o peixe d'água, lutei não foi brincadeira

Quando foi escurecendo a canoa estava cheia
De peixe de qualidade pra eu fazer minha ceia
A garrafa de cachaça tinha bem menos que meia
Contemplei o criador por tudo que ele semeia
É sangue de pirangueiro que corre na minha veia.

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!