Penalva

Filho da terra

Penalva
Lembro da minha casa velha lá no alto da serra
O fogão a lenha enfumaçado
Minha mãe lá dentro dela
Cozinhava com a panela
De barro amassado

Meu pai já cansado e de enxada na mão
Cultivava a terra
Desbravava o sertão
Transpirava alegria
Labutava dia a dia
Com amor no coração

Meu cachorro de caça na beira da cerca
Olhava o cavalo a andar no pasto
Meu blusão de couro
Minha vida, meu tesouro
O meu próprio eu

Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê laiá
Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê uêraiá

Hoje perdido na cidade grande
Sem direito e sem razão
Oprimido e assustado
Respirando sufocado
Vivendo por condição

Hoje vivendo na cidade grande
Na aparência muito importante
Mas dentro do coração
É a falta da terra
É a saudade do sertão

Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê laiá
Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê uêraiá

Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê laiá
Laurauê lauê laiá uê laiá
Lauê uê laiá

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