Arroz e flores (perfil #69 - noventa)

Várias noites fome e frio
Um demônio me encarou e sorriu
Sentiu meu vazio, sem identidade
Contraditório e egoísta, toma!
Esse é meu perfil, porra!
Tanta coisa pra falar e eles não falam nada
A gente segue se atacando enquanto eles nos matam
Tipo lavagem cerebral em um PM negro
Que se nega pra ser aceito na área em que trabalha
Yeah! Onde mães são pais e pais são cães
U! É a multiplicação dos cães
E não tem quem me acompanhe
Sou tipo Tupac, foda até conhecerem minha mãe
Quero paz e trago flores tipo Espertirina
Vida breve e agitada casei com Catrina
Tô evitando fadiga
Vim de um pico muito alto pra tu me olhar de cima

Nove, Nove
Cuidado
São arroz e flores

Meu sorriso não tem segredo
O mundo é perigoso demais pra ter medo
Se assustam com o fim, imagina o enredo
Eles sonham em ser eu, sigo pesadelo
Sigo pesadelo
Sigo pesadelo
Sigo pesadelo

Acorde cedo e observe que do mais alto do morro a favela vive
Mães chorando em coro é a favela em crise
Eles vivem falando em crise
Crise é assassinato, porra, Marielle vive!
Cada cria que se foi levou parte mim
Achar certo algo assim é coisa de gente rica
Meu peito se petrifica, tá difícil aqui
Conclusão: A morte é ruim pra quem fica
Tipo Elessandra, não dependo de ninguém e fim
Demônios me cercaram, mas com Deus dormi
Tentaram me fazer cair, improvisar pra mim é mole
Cai com honra e levantei com classe, dom de gente pobre
Pau no cu em fiscal de cu que gosta de zoar viado
Se dizendo avançado e apoiando Bolsonaro, pô

É, pelo visto você não entendeu nada, rhum