Amas de leite - mães, escravas dos seus próprios destinos
Pitty di menezesMãe preta chamou
Clareia luar
Mareja os olhos de saudade
Não faltou fidelidade, mesmo longe do rebento
Negras de beleza rara, que vêm da senzala
Pra cumprirem a missão
Do ventre a vida entregue a sorte
Do seio, amamentação
Reluz ternura no olhar
Amor infinito a iluminar
“Amas” de luz banhadas de axé
Salve a força da mulher
Do leite materno gerou os irmãos
Não tem preconceito a ama sofrida
A negra embala o branco nas mãos
No peito é que jorra a seiva da vida
Cantaram canções pra ninar
Curaram na fé de benzer
O sinhozinho foi educado a rezar
Tem no tempero malagueta e dendê
Inspiração na arte e na fotografia
Cultura no palco da folia
O samba descortina o véu
Um busto se ergueu com maestria
No coração da Vila Isabel
Segura, sacode não deixa cair
O surdo marcou, eu tenho que ir
Com a mãezinha a me proteger
Eu sou mocidade e pago pra ver