Jeitão de caboclo
Praião e paulinhoAo meu tempo de criança, Reviver a juventude.
Com muita perseverança
Morar de novo no sitia, Na casa de alvenaria.
Ver passarinhos cantando, Quando vem rompendo o dia.
Eu voltaria rever, O pé de manjericão.
A corroira cantando, Lá no oco do mourão.
Os bezerros no piquete, E as nossas vacas leiteiras.
E papai tirando leite, Bem cedinho na mangueira.
Eu voltaria rever, O ribeirão taquari.
Com suas águas bem claras, onde pesquei lambarí.
O velho carro de boi, O monjolo e a moenda.
As vacas Maria preta, A tirolesa e a prenda.
Na varanda taboa grande, Cheia de queijo curado.
E mamãe assando pão, No forno de lenha ao lado.
Nossa reserva de mato, Linda floresta fechada.
A trilha funda do gado, Retaliando a invernada.
Iria rever o sol, Com seus raios florescentes.
Escondendo atrás da serra, levando o dia da gente.
O pé de dama da noite, Junto ao mastro de são João.
Que até hoje perfuma, A minha imaginação.
O caso é que eu não posso Fazer o tempo voltar.
Sou um carro sem chumaço, Que já não pode cantar.
Vou vivendo na cidade, Perdendo as forças aos poucos.
Mais não consigo perder, O meu jeitão de caboclo.
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