Rafael castro

Banco na calçada

Rafael castro
Ele fez um banco na calçada
Pra depois da lida se sentar
E ficar ali sem fazer nada
Esperando alguém pra prosear.
Toda noite no fumo de corda
Ouve a mesma história e pede bis.
A pessoa é sempre um réu confesso
E ele é algum tipo de juiz.

O tropeiro fala de gado
O operário, do seu patrão
A esposa, daquele safado
O garoto, bola e pião
O vizinho, do outro vizinho
O amigo, do seu traidor
O culpado fica quietinho
E a beata fala de amor.

O rebelde fala bobagem,
Candidato, disso e de si
O contente, libertinagem
O tristonho, de colibri
O prudente, missa e praça
O errante, de acaso e adeus
O vadio, jogo, cachaça
E o velhinho, medo de deus.

Ele fez um banco na calçada
Pra depois da lida se sentar
E ficar ali sem fazer nada
Esperando alguém pra prosear.
Toda noite no fumo de corda
Ouve a derradeira e vai dormir.
E amanhã na hora da preguiça,
Na calçada vai se repetir:

O tropeiro falando de gado
O operário, do seu patrão
A esposa, daquele safado
O garoto, bola e pião
O vizinho, do outro vizinho
O amigo, do seu traidor
O culpado ficando quietinho
E a beata falando de amor.

O rebelde falando bobagem,
Candidato, disso e de si
O contente, libertinagem
O tristonho, de colibri
O prudente, missa e praça
O errante, de acaso e adeus
O vadio, jogo, cachaça
E o velhinho, medo de deus.

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!