Hoje
Rafael castro
Usualmente, eu peço licença,
me calo, peço perdão.
Não poupo gentilezas,
mas hoje eu quero morrer.
me calo, peço perdão.
Não poupo gentilezas,
mas hoje eu quero morrer.
Freqüentemente explico dez vezes,
sirvo um biscoito, um sofá -
construo confiança,
mas hoje eu quero morrer.
Dispenso honras
e posso abraçar mendigos
pro mundo sorrir.
Posso espantar o medo...
Espero atrasos, canos, calotes,
compreendendo um por um
sento e respiro fundo,
mas hoje eu quero morrer.
Esqueço os beijos, esqueço os laços,
deixo o contrato quebrar,
me porto como adulto,
mas hoje eu quero morrer.
Hoje não tem teatro,
hoje não tem passeio
que me leve lá.
Só tem alguém parado.
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