Quem disse que eu sou peão
Raul torres e florencio
Quem disse que eu sou peão
Essa vida de peão
É uma vida perigosa
Eu muntei num burro preto
Que chamava tira prosa
O burro saiu marchando
Com a marcha vagarosa
Eu muntei com a boca doce
Que ficô a boca margosa
Essa vida de peão
É uma vida perigosa
Eu muntei num burro preto
Que chamava tira prosa
O burro saiu marchando
Com a marcha vagarosa
Eu muntei com a boca doce
Que ficô a boca margosa
Esse fato aconteceu
Na fazenda taperár
Eu muntei no tira prosa
Prá minha cisma eu tirá
Meu novio cuiabano
Minha espora de metá
Eu amunto em burro brabo
Só prá vê o bicho pulá
Cheguei o burro na portêra
Levei a mão na traméla
O burro partiu no freio
E arrebentô a barbela
Espora de sete dente
Parecia uma suvela
O macho deu um refugado
Que a vista ficô amarela
O burro pulava árto
Que formava serração
Ficô a moça na janela
Era fia do patrão
Marvada da morenada
Gritava viva o peão
Quando eu quis fazê o bonito
Eu dei com a cara no chão
Vaio quatro camarada
Me levantáro do chão
Me déro sarmôra quente
Me fizéro esfregação
Agora que eu tô curado
Vô pidi uma explicação
Eu quero sabê quem disse
Quem disse que eu sô pião
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