Velha história
Renato teixeira
É aquela velha história
Da moça apaixonada
Que se mandou de casa de manhã
Da moça apaixonada
Que se mandou de casa de manhã
E foi pelos caminhos
Seguindo sempre em frente
E nunca mais pensou
Em regressar
Dormia com a natureza
Comia o sol que nascia
E o céu era um ovo frito
De manhã
Sonhava sonhos tão altos
Que as nuvens que caminhavam
Lavavam os seus cabelos
Com xampu
Um dia numa montanha
Que dá vistas para o vale
Um homem com algumas cabras
Lhe falou
Com a forma do silêncio
E a melodia dos ventos
E foi assim que ela
Se casou
As flores do caminho
Brincam nos olhos dela
Um pássaro ensinou-lhe
Uma canção
O filho estufou seu ventre
E a vida foi indo em frente
E a felicidade assim
Se consumou
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