Nativa
Rui veloso
Sorriste-me junto ao rio
Quando de febre eu morria
Entre delírios palustres
E suores me consumia
Eu ardia em fogo lento
Quando me deste agasalho
Passaste em mim um unguento
Muito mais fresco do que orvalho
Quando de febre eu morria
Entre delírios palustres
E suores me consumia
Eu ardia em fogo lento
Quando me deste agasalho
Passaste em mim um unguento
Muito mais fresco do que orvalho
Redimiste-me nativa
Das penas do meu regredo
Mantiveste a minha alma vida
Por ti voltei a ser ledo
Adorei deus em heresia
Dei-lhe outra face sagrada
E à nossa volta no chão
Foi crescendo uma erva mestiçada
Deste-me conchas do mar
E um sorriso na boca
E eu nada tinha pra dar
Que se comparasse em troca
Dei-te os ferros da razão
Dei-te o valor do metal
O castigo e o perdão
E a gramática do mal
Dei-te a dor no crucifixo
Dei-te a cinza do prazer
Se não fosse eu era outro
E antes eu do que um qualquer
Dei-te a minha lingua mãe
Na tardes desse vagar
O meu bem mais precioso
Que eu tinha pra te dar
E esse meu falar antigo
De branco fez-se mulato
Um dialecto criolo
Um viço novo no mato
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