Indiferença
SíntesePovo incrédulo, escravo em meio as trevas,
Nesse pólo, sol que me assola e me assolo nesse solo,
Só obra... Sobra cobra em pele de Eva
Sem sereno, o terreno é ermo em meio ao mundo moderno.
Interno da ala enferma por morar no meio termo.
O interagir frio, faz de nós monstros de carne e osso,
Desacordado concorda, quando acorda, tá com a corda no pescoço... Osso.
Princípio destorcido se torna álgebra,
Fórmula à venda. Nó na venda impede o erguer da pálpebra e enxergar.
Sentir antes de pensar - tratamento.
(Mas) no momento, sanidade em coma num chão de lamento
Sem sentimento, o esquecimento se engedra
Nessa selva de pedra, aço e cimento.
Vazio no corpo, olhar torto. Indiferença
De quem não se relaciona e coleciona desavença.
Condicionado a não observar, e sim, a ignorar.
Alguns até se comovem, mas não se movem pra mudar.
Pensa (em) quanto pesa a crença sobre a sentença.
Incoerente à existência, mirando a sobrevivência
Procura alguém pra culpar, pretensiosa ignorância.
Ao endurecer, não vê na margem á imagem e semelhança.
Até onde alcança a visão (da) imunda mudança? Mundão.
Apocalipse... Eclipse... Descer pra baixo a noção. Ação!
Sob as correntes que me fazem ausente.
Lamentando o indiferente. Meio dia, Apollo abate a cria.
Ao perder o elo busca o amparo vazio.
A vida é um rio, irmão, não é a ilusão de bater o martelo
Ri depois quem ainda chora pelos motivos certos.
O poder é a atenção, mas pelos motivos certos.
Uma hora o salão esvazia e a festa acaba,
E eu to lá... Todo mundo acorda são, e eu to lá...
Engorda de demônio os bicho solto, mar revolto.
Tira, torto o que conspira... Tiro uma briza nos outros.
Cara de ontem, motivo de monte a quem me vela.
É o jogo... Em alguma hora se volta pra cela
E acho que ainda não entendo ao ponto de aceitar,
Só pode. Mas só sei que Ele volta pra me buscar.
E dá ânsia pensar em voltar. Tudo nada fez diferente.
Me ausentar... Minha mente anda escura demais pra habitar
Não tá disposto a mudar e se ver fazendo o mal pra quem você ama,
E vice-versa, faz a interação matar nós.
Vários sente, eu to ligado
Não é ousado viver em função do sentimento
Pelo menos não deveria
O único fundamento - comunhão. Mas não
Indiferença ao ego morto
A consciência não me ergue o corpo
Mais um réu de alma ás avessas...
Cuspindo o fel sobre o céu que
É de papel e a vida que vive com a cabeça