Ventena
Tche guriBotei um cheiro pilcha nova e fui bailar
Golpeei dois lisos do meu licor de pitanga
De alma leviana que nem carancho no ar
Já na chegada da bailanta um alvoroço
Um melenudo disse eu sou rei do fandango
Dei dois estouros no lombo deste índio grosso
E no retoco já dancei de espora e mango
E dê-lhe canha a noite inteira
E algum gritito pra paisanada
Que vai bailando na polvadeira
Eu sou cuiudo retouçando na manada
Entrei no baile corri os óio na sala
Apartei com o dedo a china do meu agrado
Facão e mango e um trinta cheio de bala
Pra tentar a felpa dalgum ventena aporreado
Bem escorado no balcão do botequim
Pedi dois metros duma canha da fronteira
Dois guampa torta fizeram farra de mim
Saltei pra fora e já benzi com a mia soiteira
Entrei de volte e passei a faca na gaita
Pois meto os peito e pra macho não peço arrego
Disse pra china tenho um zaino bom de arreio
E tu vais junto pra dormir nos meus pelêgos
Antes de ir embora dei-lhe dois tiros pra cima
Deu no candieiro e formou-se um novo retoco
Sou dos ventenas que não é manco na esgrima
E bem nojento num facão cabo de osso