Teixeirinha

Vinte de setembro

Teixeirinha
Vinte de setembro acordei no planalto
Pra desfilar no asfalto lá em Passo Fundo
Montei um lindo pingo do pelo bordado
Cavalo afamado o melhor do mundo

O patrão Ulisses do Osório Porto
Encheu-me de conforto com sua família
Duzentos cavaleiros em prontidão gritei
Com eles desfilei na data farroupilha

A Mary Terezinha montou um lindo baio
Ligeiro com um raio eu ela e o patrão
O povo aplaudindo nos dois lados da rua
História nua e crua heróis da revolução

O meu pingo bordado ia mascando o freio
Num curto galopeio eu puxava a frente
Sentido no meu corpo o sangue farroupilha
Que um dia na coxilha mostrou ser valente

Revolução farrapos dos heróis de outrora
Representada agora pela mocidade
Graças aos heróis de antigamente
Que hoje toda a gente goza a liberdade

A Mary Terezinha montada de selim
Representou enfim nossa mulher gaúcha
A guerra dos farrapos no livro da história
Foi a maior vitória na espada e garrucha

(Eita, Passo Fundo amado!)

Ao meio dia em ponto o desfile acabou
O patrão gritou: Chega pro galpão
Tem churrasco gordo e eu puxei da faca
Comi carne de vaca e tomei chimarrão

Depois veio a sanfona e o Pedro Ribeiro
Compadre companheiro grande repentista
Cruzamos as idéias num laço de trova
Fizemos gente nova derrubar a crista

Depois caiu a noite eu falei pra Mary
A vida é uma série tudo tem seu momento
A prova do desfile tá na capa do disco
A foto marca o risco desse acontecimento

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