Teixeirinha

Zé valente

Teixeirinha
Fazendeiro Zé Valente
Duas vez foi pobretão
Uma antes de ser rico
Outra depois de ricão

Antes vivia em bolichos
Era o maior beberrão
Mas todo mundo sabia
Que o Zé Valente bebia

Por uma grande paixão
Mas também aquela gente
Sabia que o Zé Valente
Tinha o melhor coração

Mas também aquela gente
Sabia que o Zé Valente
Tinha o melhor coração

Na terra do Zé Valente
Um cambista percorria
Vendeu para o Zé Valente
Bilhete de loteria

Era o final dezenove
Na mesma tarde corria
Acertou número inteiro
Ficou cheio do dinheiro

Era rico neste dia
Comprou uma bela fazenda
Só não comprou bela prenda
A mulher que ele queria

Comprou uma bela fazenda
Só não comprou bela prenda
A mulher que ele queria

O senhor José Valente
Assim passou a ser chamado
Já não era mais um Zé
Beberrão apaixonado

Sua fazenda era linda
Era quase o rei do gado
O Zé Valente era nobre
A prendinha mesmo pobre
Não aceitou seu agrado

Botou o que tinha fora
De novo bebendo agora
Zé Valente é um coitado

O senhor José Valente
Voltou a ser o que era
A beber pelos bolichos
Morando numa tapera

A barba cresceu de novo
Ficou igual uma fera
Gritando a vida é um inferno
E eu sou o fim do inverno
Sem a flor da primavera

O senhor José Valente
Passou a Zé simplesmente
Ninguém mais lhe considera

O Zé Valente hoje é cópia
Pra quem não conhece a vida
Do que adianta o dinheiro
E ter a alma ferida

Nosso viver são três coisas
Pra vida ser divertida
Amor, saúde, dinheiro
Zé Valente está solteiro

Seu amor é a bebida
Não completou a virtude
Foi só dinheiro e saúde
Faltou a mulher querida

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