Vanusa

Gaiola dourada

Vanusa
Lá vai você de novo
Varrer as sujeiras
dos cantos
E recolocar no lugar
Quem nunca fica
em seu lugar.

Lá vai você de novo
Espanar a poeira do dia
Tentando arranjar
uns momentos
Ao menos de paz
Antes do jantar.

Os filhos, a casa, o marido
E a vida passando
Passando camisa
Esquentando feijão.

Tirando brinquedo da escada
Xingando e berrando por nada
Limpando panela queimada
A mão grossa e engordurada.

Você precisa reencontrar
A mulher que escondeu
dentro de si
Na rotineira gaiola dourada
do seu dia-a-dia.
Você precisa reencontrar
A mulher que escondeu
dentro de si
Na rotineira gaiola dourada
do seu dia-a-dia.

Tirando brinquedo da escada
Xingando e berrando por nada
Limpando panela queimada
A mão grossa e engordurada.

Você precisa reencontrar
A mulher que escondeu
dentro de si
Na rotineira gaiola dourada
do seu dia-a-dia.
Você precisa reencontrar
A mulher que escondeu
dentro de si
Na rotineira gaiola dourada
do seu dia-a-dia.

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