Tropeiro de sonhos
Xirú missioneiro
Guria te peço em versos
Não te apegues neste cuera
Que eu sou que nem primavera
Só venho uma vez por ano
Este teu corpo bonito
E esta tua pele macia
Não pode ficar na espera
Deste andarengo mundano
Não te apegues neste cuera
Que eu sou que nem primavera
Só venho uma vez por ano
Este teu corpo bonito
E esta tua pele macia
Não pode ficar na espera
Deste andarengo mundano
Quando tu passas guria
Neste tranco de potranca
Vai reboleando as ancas
Perco até o rumo de casa
Esqueço que sou um tropeiro
E a pressa se vai embora
E eu me largo campo afora
Com o peito queimando em brasa
É mui difícil guria
Te pedir pra que me esqueça
Se tudo o que mais queria
Era te levar daqui
Quando de noite aos pelegos
Me vem uma réstia de sono
Você povoa meus sonhos
E acordo pensando em ti
Prefiro te levar junto
Num canto do pensamento
Pra numa noite de ronda
Lembrar de ti com carinho
E olhando o céu estrelado
Imaginar uma estrela
E no outro dia bem cedo
Seguir tropeando sozinho
(É isso aí meu irmão João Vicente Gomes,
Essa milonga é pra ti parceiro)
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