De espingarda e funda

Fui fazer uma caçada de espingarda e funda
Na primeira pelotada errei um sabiá graúna
Foi dia 13 de agosto caiu bem numa segunda
Já vi que estava azarado escorreguei lá no banhado
Finquei um estrepe na perna

Logo um pouco pra frente dei um tiro num jacu
Ele estava posado na ponta de um baguaçu
A espingarda mascou ele foi pro cururu
Puxei uma pelotada, ele ainda deu risada
A pelota pegou no rabo

Eu atravessei o mato sai num pomar de frutas
Tinha uma moça bonita que eu quase fiquei biruta
Dei um toquezinho nela, por favor, meu bem escuta
Mas ela era casada ficou braba a danada
E me chamou de fias queiro

Quando cheguei em casa pra mulher eu contei tudo
Que eu quis a mulher do outro isso foi um absurdo
Mas ela nem ficou brava que eu quase fiquei mudo
Ela disse: Ah, pois é, vai fazendo que tu quer
Tu é mesmo um garaio

Eu fiquei com tanta raiva não tem homem que aceita
Passei a mão na espingarda foi estourando espoleta
Eu mirei na sua goela e na hora ela se deita
O tiro pegou errado pra saber o resultado
Rebentou toda a barriga

Daí veio seu irmão e já me chamou de caco
Já botei outro cartucho pra fazer outro buraco
E já fui mirando certo na cara desse macaco
Ele deu um pulo e um grito o tiro foi tão bonito
Que estraçalho o seu tamanco

Daí veio sua irmã minha cunhada querida
Já foi dizendo de longe te darei a minha vida
Já faz tempo que te amo e hoje estou decidida
Mas eu já disse pra ela: Vai-te embora, sua amarela
Tu já ta toda feiosa

Pra finalizar a história isso eu até achei graça
Veio à velha correndo a sogra minha desgraça
Passei a mão na espingarda eu te mato velha falsa
Fui estourando a espingarda, ela saiu disparada
Que acabou perdendo a calça