Rascunhos

Uma vez peguei no sono em busca da inspiração
Dormi encima do caderno e com a caneta na mão
Esperando vir algo bom, algo de dentro do peito
Pra que ficasse bem feito, não desses de qualquer jeito

Eu espero que cause efeito, cada verso e frase
Que me escutem pela letra, e não só pela base
Meus inimigos, eu sei, querem fazer minha caveira
Mas usam rimas mais vazias do que minha carteira

Eu não me vendo e nem me rendo e me torno indestrutível
Te provo que é possível se tornar incorruptível
Classe A, alto nível, mesmo sem Mercedes Benz
Mansão cheia de bens, nada disso pra mim tem mais valor

Do que o sorriso das pessoas que eu amo
Ou o valor da poesia que a você eu declamo
Em forma de rap, real, sem nem ter um real
Subindo sem usar a cabeça de ninguém de degrau

São... águas passadas, em papéis amassados
Ideias prematuras se tornado emancipadas
Acompanhadas de um amor demasiado
Pela forma da escritura que me deixa extasiado

Não tô estacionado, trabalho em silêncio
Escrevo mas não falo, me calo quando penso
Que o mundo é imenso, mas o da imaginação...
Não existe limite entre o beat e a criação

Minhas cria são rascunhos, e como um bom pai
Cuido para que cresçam, igual bonsai
Firmando suas raízes, nos versos diretrizes
Pode até ter deslizes, mas o dom não cai

Vai aos quatro cantos, diretamente do quarto
Onde embarco nas viagens, do Tártaro ao Olimpo
Crio história de anti-heróis, bárbaros morrem no parto
Se o meu rap é sujeira, não preciso passar a limpo