Luar do sertão
2 filhos de franciscoLá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade, do luar lá do sertão!
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Se a lua nasce por detras da verde mata
Mais parece um sol de prata, prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia, a nascer no coração
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir o galo triste no sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua é quem diz "canta"!
Escondida na garganta deste galo a soluçar
Ah, quem me dera eu morresse la na serra!
Abraçado á minha terra de domingo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde á tarde, a sururina chora a sua viuvez
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não, luar como esse do sertão!