A flor da África
A quatro vozesMalé, Bengela, Mina e outros ainda.
No cativeiro, suor, sangue e mandinga
e hoje angolas e regionais no ar giram.
A flor da África afrodisíaca
Trazemos força, música, cor e magia.
Da dor mais drástica, tortura física
O canto negro não se calou e se irradia.
Batacotó chamou pra guerra
E dos quilombos um sonho livre se fizera.
Quebrar correntes, plantar quimeras
Os cravos da escravidão banidos da terra.
Banto, Jeje, Nagô, Ketu, Cabinda,
Malé, Bengela, Mina e outros ainda.
No cativeiro, suor, sangue e mandinga
e hoje angolas e regionais no ar giram.
O horror dos porões, o ódio entre tribos
Favorecendo a opressão do inimigo
O banzo, malungo, resistir vivo
Pois todo reino sempre nos quis divididos.
Tambor da África na América onírica
Grávida de liberdade, injusta e lírica
Toque de ijexá, jongo, capoeira
Povo de zumbi, orgulho de aroeira.
Batacotó chamou pra guerra...
Nasci em Angola, Angola quem me criou (bis)
Sou filha de Moçambique,
Sou negra, sim senhor (bis)
Vovó não quer casca de coco no terreiro (bis)
Pra não lembrar dos tempos de cativeiro (bis).