Tio do bonde
AiraEnchendo o saco, berrando tonguice
Mamado, tá chegando falta só mais um pouco
Pro ponto final, pro inferno, foda-se
Capaz de errar o próprio nome, balbucia canções
Ininteligíveis, ruídos, sons
Quem se importa com as suas histórias?
Nem você, você mal tem memória
Mergulhado no álcool, impecilho imbecil
Contando histórias tristes pra quem?
Mora num barraco, na puta que pariu
Nem o que comer você tem
Mas o álcool te faz feliz, ele é bom
Pedindo, mendigando como homem nu
Pra encher a cara, encher o cu
Voltar pra casa pra quê?
Criança que depende de você?
Pai eu tô com medo, entrou alguém aqui
Levou tudo embora pai
A mãe tá no chão, com um buraco na testa
Me ajuda, me ajuda pai
Aproveite a festa, você é parte do show
Inútil! Talvez seja verdade, afinal
Você não serve pra nada, mosca chata, morre
Deita num canto, apodrece lá
(solo)
Na ida pra casa
Foge, se esconde
Olha lá no fundo,
Olha o tio do bonde