De estradear nas pedras
Alex har oliveiraTantos afagos de torunos bravos, que moldaram meu jeito de andejar
Feri aqueles que gostava tanto, e dei carinhos a quem nem conhecia
Mas foi andando, que a estrada um dia mostrou-me o rumo que busquei no canto
As tantas pedras que feriram cascos, criaram calos que tenho nos dedos
E em bordoneios, aprendi segredos, desta guitarra que traz o cheiro do campo
Mas sigo o rastro que um dia aprendi, por mais difícil que fosse seguir
Este caminho que escolhi pra mim, trilhando assim: A guitarra, basto e canto
Cansei cavalos no meu estradear, buscando um rumo convergente ao meu
Mas sei que tantos buscam como eu, caminhos puros para camperear
Não uso fio nas rosetas da espora, pois meu cavalo sabe meu pensar
De andejar, buscando no canto: O pasto verde, aguada pura e yerba buena pra matear
Quando desenrodilhei o bichará, pra aquecer o corpo judiado,
Trote cansado, melenas tordilhas, ainda buscando razões para caminhar
Olhei parceiros, nos olhos, nas crinas, para ver quem estava do meu lado
Seguir o legado, de ser um campeiro, um cancioneiro: Ser parte da história
De tanto cruzar destinos de pedras, hoje mais calmo, bueno e veterano
Por aragano entendo as pedras e o porquê deste penar
Sou mais feliz por ter um canto puro, como as pedras em que me alicercei
Com minha pena seguirei meu canto. Pra seguir eterno: Meu povo e lugar