Desfazer
Alfajor
Quis fazer desta tarde uma última vez, um relance do adeus
Na verdade do que fere a ilusão,
Quis coroar-te princesa do meu reinado em solidão,
Minha breve abstração de um final feliz,
Mas tu abriste os teus braços e, antes que eu interviesse,
Inventaste um novo amor.
Na verdade do que fere a ilusão,
Quis coroar-te princesa do meu reinado em solidão,
Minha breve abstração de um final feliz,
Mas tu abriste os teus braços e, antes que eu interviesse,
Inventaste um novo amor.
Trouxe-te as palavras mais bonitas que guardei,
Mas tu subverteste a minha intenção,
Quis levar-te para ver o pôr-do-sol
Na eternidade de um sonho fácil.
No afã de buscar-te, acostumei-me a perder, a confabular
Com a inércia do meu quarto ao fim da noite.
Ao morrer da tarde os segundos negam a tua ausência,
Minha leve decadência teu último adeus.
Tu singraste para longe eu caí em hesitação
E o "para sempre" o seu fim tomou,
Eu tentei retroagir tu reinventaste o tempo,
Às lágrimas manchaste o meu desfazer.
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