Primeiro mundo
Aline frazãoHá incêndio dentro de cada janela e se vê
Eu não sei porquê
Este incêndio que arde dentro, come o corpo todo e a gente finge que não vê,
Finge que não vê, finge que não vê…
Mas por dentro arde, como não vai arder
Se não minha terra não tem pra' comer
Já quase creio que não tenho o direito de ser alguém
Por isso arde
Ter de dizer adeus
Sem saber se o deserto me vai vencer
Juntar os últimos sonhos com a roupa do corpo
Partir por mim e pelos meus
E afinal tem que haver algum deus
Eu não sei porquê
Há incêndio dentro de cada janela e se vê
Eu não sei porquê
Este incêndio que arde dentro, come o corpo todo e a gente finge que não vê,
Finge que não vê, finge que não vê
Mas por dentro arde, como não vai arder
Se chegando no primeiro mundo
Me sinto mais esquecido do que era no segundo
Arde
Carimbo de ilegal
Preconceito racial
Só por ter nascido mais ao sul
Xe gente do primeiro mundo, pais da civilização
Por não ter um papel acabei numa prisão
Xe gente da terra inteira
Queima o fogo da desilusão
Este primeiro mundo é só de brincadeira
Só de brincadeira, só de brincadeira
E você finge que não vê
Eu não sei porque
Tens que entender que não há diferença entre nós
A mesma essência
Se a minha liberdade não existe
A tua é só aparência
É só aparência
E você finge que não vê
Eu não sei porque
Primeiro mundo só de brincadeira
Primeiro mundo só de brincadeira
Só de brincadeira, só de brincadeira, só de brincadeira, só de brincadeira