Almirante

Deixa a lua sossegada

Almirante
É madrugada,
De longe eu vim.
Deixa a lua sossegada
E olhe pra mim!

A lua malcriada, quando passa,
Espia na vidraça
Dos quartos de dormir,
Zombando dos casais enamorados,
Quase sempre descuidados,
Ela fica sempre a rir.

Não quero mais saber de ver a lua,
Que passa pela rua
Roubando a escuridão.
Prefiro ver você sem ver a lua,
Contemplando a imagem sua
Bem juntinho ao seu portão.

Se não houvesse lua, eu asseguro,
O mundo no escuro,
Seria muito bom.
Um beijo começava em Realengo,
Esquentava no Flamengo
E acabava no Leblon!

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