Almôndegas

Teia de aranha

Almôndegas
Passo pelos corredores
Porque tenho de passar
Paro em frente a uma porta
Que me leva ao meu lugar

Abro e vejo um telefone
Um grito, um ronco de motor no chão uma cabeça
O sangue e a televisão
A arca de noé e a porta da prisão
A fumaça, o pesadelo e eu solto um palavrão

No horário o escritório a bomba a ponto de explodir
No céu um astronauta
As portas da desilusão
A lua de neon e um deus que já morreu
Sou humano mas namoro um computador

O progresso engoliu a nossa paz
E a teia engoliu a própria aranha
E é por isso que o coqueiro só da côco,
Só dá côco, só da côco

Essa liberdade enlatada
Esse amor de borracha, escapou no outro lado
Essa luz nos meus olhos

Esse concreto armado, essa paz asfaltada
São coisas com cheiro de coração
E gosto de fel em brasa

Pode ser que amanhã faça sol (3x)
Pode ser que amanhã faça sol (3x)
Pode ser que amanhã faça sol (3x)

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