Saltimbanco
AnaquimPode não ser profunda esta tarefa que me escolhem
E que me acolhem onde tudo dura um segundo
A minha vida é simplesmente ler poemas
Filmes de cinema com finais já conhecidos
Fazer ruídos
Para ouvidos incompreendidos
Numa tentativa de atenção
E caracteristicamente falando eu gosto
E o gosto do outros se é bom gosto é meu também
Se eu vir ensinar
Eu aprendo mais do que é preciso
Sem ter que dar lições para ninguém
E suspeitamente falando até aposto
Virão melhores dias do que o dia que ai vem
Mas sem degraus uma escada é parede e não caminho
Valem pelo uso que eles têm
Ei!
A minha vida é terreno fronteiriço
Onde o dia acaba e a noite continua
Pesada e nua
Queimando o seu fogo mortiço
A minha vida é de versos e reversos
Propósitos imersos sobre o manto da rotina
Que recrimina qualquer impulso que lhe fuga ao braço
Por ter medo dos que o seguirão
E caracteristicamente eu contribuo
Para qualquer cogulho que faça frente à razão
Se serão bons é coisa que ainda ninguém sabe ao certo
Mas decerto piores não serão
Mas inequivocamente há já lembrança
São más as mudanças para a mesma condição
Qualquer destino é melhor que o de um saltimbanco
Que anda sem nunca ter o seu chão