Andirá

Homem máquina (interlúdio)

Andirá
As vezes é forte
As vezes entortado
Mas conduz ao acaso
E quem sabe ao acaso, quando eu morrer
Eu não vire uma árvore?
E as minhas partículas alimentem até o ar
E avisem o fim da estação
Porque o verdadeiro inverno, pra mim
É esperar a morte pra começar a viver

O presente as vezes é lento
Mas ele ta sempre em tempo
E tem tempo! Tem tempo!
A gente tem tempo!
Tem bem mais cor do que a luz reflete
Mas em tudo tem dor e, disso
No mínimo aprendizado

O estranho é não enxergar um mundo inteiro em cada gota de chuva
A gente dá nó em cordas mesmo sabendo que nelas chegará o pescoço
Um pai nunca foi pai antes de um dia ter um filho
É tudo uma troca

Em cada lugar que paro eu crio raiz
E me alimento do que os sonhos me dão
Afinal, a gente é o que come
Mas pra comer tem que caçar
A minha unica bandeira possui varias cores e formas
Que não discutem prioridade
Porque todas juntas formam essa obra que as estrelas deixaram aqui
E no dia em que outros grãos de areia tão perdidos quanto
Vierem se encontrar a nós
A gente vai ver que, juntos
O céu se torna mar

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