Outro eu
André moura passosAlgo bom que viu que ainda existe em mim
Para se preparar, mais tarde
Vou cantar a história que mudou meu fim
Não diga nada, nada pense
Tire o pé que se esconde atrás de ti
A vida que te recompense
Inconformado, não estarei preparado para falar de alguém
Fique atento, o que era um tormento, um ponto de interrogação
Uma dúvida em vão, não ajudou ninguém
Moça, pare e ouça
Andava pela rua, preocupado
Em ganhar meu pão, sair da contra-mão, olhei de lado
Vi uma pessoa viva,
Bem familiar, meio peculiar, e quase era
Era eu
Parado na estação sozinho
Despreocupado sem nenhum carinho
Só mais um vadio, irresponsável
Previsível, mentiroso, vazio
Com caráter questionável, enfim
Era fruto da imaginação
Das pessoas que não tem coração
Graças a elas, ele se tornou famoso
Notado pelas ruas enfim
Era uma história que não tinha mais fim
Achava que pensava demais
Mas vi que isso não era só problema meu
A mentira usou vários canais
Quando cresceu e fez surgir um outro eu
Parei de acreditar na língua
E vi que os olhos tinham algo a me dizer
E aquilo que se escondia
Demorou, mas resolveu aparecer
Moça, pare e ouça
Quando as gatas lá o conheceram
Sei lá se perceberam que ele era o pioneiro
O outro eu nos seus primeiros tempos de amar
De amar
Não o conheciam por inteiro
Despreocupado sem nenhum carinho
Era normal buscavam a verdade
A feminilidade, também o cio
mas não ficavam do seu lado
Tinham medo de se relacionar
Os gestos é que te desmentem
Nunca mais o cumprimente
Perceba que ele sou eu
E quando você vai embora, pouco me demoro em ver que falas com ele
Isso a gente sente
Mas tenha certeza que não era eu
Sabe o que me deu mais erro
No boato, tão ingrato em que vivi
Que descubram todo meu segredo
Contido em livro aberto por aí
Não sei mais quais serão seus meios
Para saber se sei se sinto ainda dor
Por mim, eu peço com receio
Só uma prova que isso é prova de amor