Como as primeiras chuvas do caju
Angela linhares
Deixa o teu abraço vir curvado
que eu conheço o peso desses tempos,
e corre comigo como de primeiro,
que meu corpo é leve como as primeiras
chuvas do caju.
que eu conheço o peso desses tempos,
e corre comigo como de primeiro,
que meu corpo é leve como as primeiras
chuvas do caju.
Roça no meu corpo e dança lento,
E feito folha tonta cai no chão
Arranca da minha boca esse ranço
que entristece e me magoa o coração
E acalma esse queimar de urtigas
Esse desassossego que me extenua
o corpo ainda na manhã
E me desata o laço, acocha o braço me
encurralando entre varandas e varais
E agridocemente me envenena como
os primeiros cajus do meu quintal.
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