Avô gaiteiro
Angelino rogerioseu carvalho andehou
esfolando a oito baixos
gaita que xucre que domou
e se fêz homem na lida
enfezando pulperidas
marcando bugio, vaneira,
no ronco da baixaria
e da terra ervais
às bailantes da frenteira,
no trote da volta e meia
os sorongos de candeieiro
ferciam que nem cambona
e uma noite era pequena
c'o velhito na cordeona
velhito! esta gaita
ha de encoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita
velhito! esta gaita
há de ecoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita
e teve outros oficios
foi babeiro e bolicheiro
mas apertou-lhe o destino
a sina de ser gaiteiro.
e entre razões e sonhos
foi encontrar nas gaitas
filosofia de vidaa
e sustento prá pizada
diz que prás bandas do bugre
numa bailanta enfezada
um maula levou um "fora"
duma pinguancha assanhada.
e o chumbo correu frouxo
com os talhos da carneadeira
e a gaita serviu de escudo
prá alguma bala traiçoeira
velhito! esta gaita
ha de encoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita
velhito! esta gaita
há de ecoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita
hoje velho, falquejado
mateando revive quimeras,
pois fazes parte da historia
da palmeira d'outras eras!
velhito! esta gaita
ha de encoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita
velhito! esta gaita
há de ecoar pelo pampa
enaltecendo a estampa
de quem na lida foi taita