Ant'cistema rap

Pros pretos e pras pretas

Ant'cistema rap
A cor da pele é preta
É tiro de escopeta
Que arde no seu peito
E faz você perder a cabeça

A resistência é a beleza
Tipo a cor da natureza
Reveja seus conceitos
Pra não falar besteira

A união nossa defesa
Contra ataque racista
Que no tapa justifica
Da motivo pra sua ira
E no role pira e xinga e briga

Quando os preto faz o show
Manda o breake manda o flow
Na ancestralidade mostra a cara
Mostra a cor, não a dor

Bota medo nos doutor
Os policia contratoou
Pra calar o preto lá
Quê estudou e se formou

E também virou doutor
Mostrou o que é ser de cor
Na escravidão não se calou
A cabeça não abaixou

Que agora quer ser foda
Não quis fugir da escola
Pra na esquina vender droga
Virou pro sistema botou dedo
E caiu fora, e agora

É tudo ideológico
O sistema tem seu código
Mas mata o filho prodigo
Da seu abraço toxico

É lógico
A massa é só a base do alicerce
É isso que eles querem
Que só pense e não converse
Que não se expresse

É bonita a nossa rima
O cabelo mais ainda
Quando a gente ta por cima
Eles vem e se apropria

Ai ce me pergunta
Qual é a solução
É preto se ar, ar
Ir atrás da revolução

Não preto contra preto
Nem pobre contra pobre
O inimigo é o mesmo
Derruba o sistema que resolve

E o que nós quer é
Justiça
Dar role a noite sem ter medo dos policias
E o que nós quer é
Liberdade das correntes
Mostrar pra todo mundo que os preto aqui é gente

Preto e preto é a receita
Bota as cartas na mesa
Africanize sua cabeça
Mostra a sua realeza
Toda a sua beleza
Retirada na senzala
A mente que abala
Gera rebeldia e destreza

Tua cor é linda irmão
Teu cabelo é lindo irmã
Toma resistência de manhã
Vai a luta com a mente sã

Saiba que não é exótico
Nem beleza tropical
Aceite o seu crespo
É mais real ser natural

Não deixe que ninguém
Te faça ser refém
De um lixo cultural
Que não te faz se sentir bem

A resistência é preta
Tem cor, tem bandeira
Contra um benefício branco
Eu visto a minha peita

Dandara, rosa parks
Luther king, marighella
Angela davis, carolina de Jesus
Malcom x e mandela

E tem mais, muito mais
Que eles ocultam meu parceiro
Esconde da gente
Que machado de assis era preto

Pele é o rei
Martha a rainha do futebol
Jordan no basquete
Tony dung no superbowl

Eles cantam nosso rap
No samba eles se metem
Mete o 157
Aliena a mente dos pivete

Quando a gente se revolta
Os preto é vitimista
Não aguenta brincadeira
Aqui ninguém aqui é racista

É esse tipo de gente
Que não dá o lugar
Pra idoso, pra idosa
Pra gestante sentar

Que se revolta na internet
No estádio, no mercado
Que chama o goleiro
A criança e a atendente de macaco

Não me faço de vítima
Mas canto a minha ira
Não vou agradar racista
Fodam-se facistas

E o que nós quer é
Justiça
Dar role a noite sem ter medo dos policias
E o que nós quer é
Liberdade das correntes
Mostrar pra todo mundo que os preto aqui é gente

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